A Baja TT Dehesa Extremadura será de novo a prova de arranque da Taça da Europa FIA de Bajas e promete ser mais interessante que nunca. Para a sétima edição da prova extremenha, que pela primeira vez pontuará também para o Campeonato de Portugal de Todo Terreno|AM48, prevê-se uma forte participação internacional e poderemos ver em acção nos caminhos a sul de Badajoz uma dezena dos novos veículos T1+…
Marcada para os dias 14 a 16 de Abril, a Baja TT Dehesa Extremadura já está praticamente pronta para arrancar. “Falta apenas rever o road-book”, adiantou à revista Todo Terreno um dos responsáveis por esta organização do Motor Club Villafranca. Alberto Pecero, que juntamente com o seu pai, Pedro Pecero, encabeçam a equipa permanente que assegura esta prova, explicou-nos que “o road-book vai ser verificado e validado pelo português Paulo Fiúza, no âmbito do que está definido para as provas do campeonato de Portugal, em que compete a este experimentado navegador a tarefa de assegurar que o road-book será entregue a todos os concorrentes nas condições ideais”.
O papel dos portugueses nesta prova “está longe de esgotar-se no trabalho de Paulo Fiúza”, assegura Alberto Pecero: “O próprio Director de Prova será um português, Bruno Vilela, que actualmente integra a equipa do ACP Motorsport e que terá entre os seus adjuntos Carlos Medina”, um dos dirigentes da Secção de Motor da Sociedade Artística Reguenguense, que organiza a Baja T.T. Sharish Reguengos Mourão, que este ano se estreia na Taça da Europa FIA de Bajas – será a quarta das cinco provas do calendário, agendada para final de Setembro.
A uma semana do fecho das inscrições para a Baja TT Dehesa Extremadura, Alberto Pecero traça um balanço “muito positivo”, salientando que “será a segunda edição a pontuar para a Taça da Europa e parece-nos que já nos integrámos bem, pois temos vindo a sentir um forte entusiasmo e interesse pela nossa prova por parte de inúmeras equipas estrangeiras e não falo apenas das portuguesas”.
Plantel ‘europeu’ ainda mais forte
Este organizador conta-nos que estarão presentes imensos pilotos do leste da Europa, nomeadamente polacos, húngaros e checos, mas também da Lituania, “como será o caso de Benediktas Vanagas, que acordou participar na nossa prova depois de ter cedido a sua Toyota Hilux DKR T1 ao português João Ramos”, para que ele pudesse ter disputado a Baja T.T. Montes Alentejanos ESC Online. Curiosamente, Vanagas manteve a participação na prova da Extremadura espanhola, apesar de, entretanto, ter emprestado esta pick-up a Nasser Al-Attiyah, que depois de ter destruído a sua pick-up no Abu Dhabi Desert Challenge, tinha ficado sem carro para disputar a recente Baja Internacional do Qatar que, aliás, venceu, tal como Ramos ganhou em Beja.
A Baja TT Dehesa Extremadura promete ser palco para a estreia de alguns novos carros T1+, como as Toyota Hilux encomendadas à própria fábrica por João Ramos e Tiago Reis, mas também é “bastante provável que aqui façam a sua estreia dois Mini JCW Rally Plus que estão a ser convertidos a estas especificações pela X-Raid”, confidenciou-nos o organizador. Ainda por confirmar está a presença dos dois BRX Hunter dos irmãos brasileiros Baumgart, que estão a instalar em Évora uma base logística para a sua equipa e parece estarem na disposição de aproveitar a proximidade com Badajoz para correrem nesta prova. Segundo pudemos apurar, neste momento as viaturas estão ainda nas instalações da Prodrive, em Inglaterra, mas uma fonte bem colocada assegura-nos que “a disposição dos pilotos é virem competir a Badajoz, se entretanto os seus carros ficarem prontos”.
Esperam-se 10 viaturas do grupo T1+
Numa contagem feita a dez dias do fecho das inscrições, só para a competição FIA e do CPTT|AM48, o Motor Club Villafranca “soma já um total de 65 equipas, das quais nem uma dezena são espanhóis”, revelou Alberto Pecero, adiantando que “registamos 13 equipas em T4 e 22 em T3, 20 carros do grupo T1 e temos já a presença de sete viaturas T1+, número que poderá alargar-se à dezena!” O plantel previsto para esta sétima edição da Baja TT Dehesa Extremadura promete ser, realmente, grandioso!
Alberto Pecero considera que um dos factores importantes para o sucesso da Baja TT Dehesa Extremadura “é a posição no calendário, a abrir campeonatos, ou quase. Nada está decidido, bem pelo contrário, e quem tem ambições não pode arriscar-se a desperdiçar oportunidades para obter resultados”. Ao ter sido antecipada para o início da Primavera e não no final, como era habitual, esta prova só teve a ganhar, como reconhece o organizador: “Além de permitir de novo abrir a Taça da Europa FIA, nesta altura não só a Estremadura está lindíssima, o que aumenta o encanto do percurso, como até do ponto de vista ambiental é bastante mais vantajoso, facilitando-nos imenso a tarefa de escolher um percurso que não colida com as limitações em matéria de protecção ambiental”.
Novidades: percurso da Baja TT Extremadura
Quanto à prova em si, podemos adiantar que “de um modo geral mantém o figurino dos anos anteriores, com cada etapa em zonas bem distintas, mas ainda assim teremos alguns novidades”, garante Alberto Pecero. De acordo com este responsável, “o prólogo será quase igual, mas agora percorrido em sentido contrário, nos arredores de Badajoz. Depois teremos um reagrupamento em Elvas, ainda no final da sexta-feira, com uma passagem pelas muralhas; para nós será uma primeira passagem fronteiriça, que já se começa a desenhar mais ampla para a edição de 2024, que deverá mesmo contar com um sector selectivo em terras portuguesas”.
A etapa de sábado segue ao longo do Guadiana e tem “70 kms de percurso inédito entre Valencia de Mumbuey e Oliva de la Frontera, quase sempre dentro de duas herdades enormes, com um total de 18.000 hectares, o que reduzirá ainda mais as passagens e cruzamentos com estradas de asfalto, facilitando, obviamente, o trabalho da organização”. Adiante-se que os concorrentes inscritos para o CPTT|AM48 correm só no sábado, “estando prevista uma cerimónia de pódio e entrega de prémios só para os portugueses, ao final do dia, em Badajoz”.
Domingo, a prova concluiu-se com a segunda etapa, que irá decorrer apenas durante a manhã, como explica Alberto Pecero: “teremos 150 km e as equipas vão sofrer um pouco mais, pois o percurso é muito variado, mas sempre muito mais rápido e terá mesmo uma passagem inédita, de alguns quilómetros, em areia, junto de um rio”. Trata-se de um percurso onde antes se faziam ralis, mas que entretanto foi abandonado e que agora se recupera para esta prova. E, a terminar, Pecero diz-nos que “acreditamos que o domingo será perfeito para os T1+…”
Texto: Alexandre Correia Fotos: AIFA/Albano Loureiro
