
Maria Luís Gameiro já não consegue ficar muito tempo longe do deserto e da competição, depois do Dakar, e antes de rumar de novo a Árabia Saudita para ali disputar o Rally Jameel, a piloto ruma a Marrocos para o Morocco Desert Challenge, a disputar entre 3 a 12 de abril.
Uma vez mais, a tarefa que Maria Luís Gameiro terá pela frente não será fácil, sendo que esta estreia no evento é encarada como um primeiro treino na época, depois da paragem que dura desde Janeiro. Para a edição de 2025 os organizadores irão aumentar o nível de dificuldade, ao colocar no terreno a edição mais extensa e desafiadora até hoje. Consolidado como o maior rali-raid do continente africano, o evento reúne mais de 1.000 participantes entre pilotos, navegadores e equipas técnicas, além de uma estrutura organizativa com 200 profissionais.
Maria Luís está, assim, de volta ao deserto e, por isso, entusiasmada para mais esta aventura. Paralelamente este é também um regresso aos comandos do Mini T1+ e um novo capítulo de aprendizagem, já que nunca competiu em deserto com esta unidade e na qual vai estar frente-a-frente com alguns dos melhores nomes do Todo-o Terreno.
“Já tenho saudades do deserto e dos desafios que ele nos apresenta. Começa a ser já um hábito ingressar em competições cujo nível de dificuldade está em crescendo. Foi assim no Dakar e volta a ser agora no Morocco Desert Challenge. Serão oito etapas muito desafiantes, especialmente a etapa quatro, com mais de 500 km. A minha preparação física para esta prova infelizmente, por motivos de uma intervenção cirúrgica que me impossibilitou de ir ao ginásio, foi nula, mas acima de tudo estou muito contente… É muito bom regressar à competição e aos comandos do Mini. Serão mais de 3000 km por cenários fantásticos, mas muito exigentes. Estou desejosa de começar!”
Criado em 2008 como Oil Libya Desert Challenge, o evento teve as suas primeiras edições na Líbia, mas devido à instabilidade política, mudou-se para Marrocos em 2013, onde se estabeleceu definitivamente, permitindo um crescimento. A edição de 2025 marcará um novo patamar para o Morocco Desert Challenge. O percurso contará com 3.150 km ao longo de 8 etapas, atravessando o país do Atlântico (Agadir) ao Mediterrâneo (Saïdia). Com 85% do trajeto em contra-relógio, esta será a versão mais longa já realizada do rali.
O percurso para 2025
Desde 2017, quando adotou o nome Morocco Desert Challenge e eliminou as ligações entre etapas (conceito “Zero KM Liaison”), o evento tem atraído um número crescente de participantes de todo o mundo. Este ano o desafio será ainda maior.
A competição começa em Agadir nos dias 3 e 4 de abril, com verificações técnicas. No dia 5, o prólogo entre Agadir e Plage Blanche (SS1 – 83 km) servirá de aquecimento, passando por dunas leves e terrenos abertos junto ao oceano.
No dia 6, a segunda etapa (Plage Blanche – La’âyoune, SS2 – 354 km) traz um percurso variado, incluindo desfiladeiros e pistas rápidas que exigirão navegação apurada. A etapa 3 etapa, no dia 7 (La’âyoune – Boujdour, SS3 – 264 km), testará os competidores com dunas técnicas logo no início, seguidas por terrenos rochosos e trechos de alta velocidade.
O grande desafio chega a meio da prova. (Boujdour – Smara, SS4 – 526 km). A quarta etapa será a mais longa, com um trajeto rápido, navegação desafiadora e passagens por zonas de areia macia. Já no dia 9, a quinta etapa (Smara – Assa, SS5 – 375 km) apresentará um terreno misto, incluindo fesh-fesh, trilhos de cascalho e vales desérticos.
No dia seguinte, a sexta etapa, (Assa – Foum Zguid, SS6 – 312 km), dará terrenos rochosos e técnicos, mas oferecerá aos pilotos uma emocionante travessia de dunas suaves antes da chegada. No dia 11, já na reta final (Foum Zguid – Foum Zguid, SS7 – 290 km) um verdadeiro desafio de resistência, com longos troços de dunas no Erg Chegaga, fesh-fesh e pistas rápidas.
A grande final acontece no dia 12 de abril, com a oitava etapa (Foum Zguid – Ouarzazate, SS8 – 149 km), onde os competidores percorrerão terrenos técnicos e rápidos antes de cruzar a linha de chegada no icónico cenário do filme “Reino dos Céus”, em Ouarzazate.
