
A PEUGEOT RALLY CUP PORTUGAL e a PEUGEOT RALLY CUP IBÉRICA voltaram a proporcionar momentos de enorme competitividade, bem como de tensão e de indefinição mesmo até aos derradeiros quilómetros do Rali Terras d’Aboboreira – Amarante, Baião e Marco de Canaveses.
Mostrando as valências dos vários Leões e dos seus 208 Rally4 que servem de base a todos os 3 troféus da marca corridos em solo ibérico, assistiram-se a duras batalhas pela vitória entre variadas equipas, num rali discutido ao segundo, enriquecendo esta prova do Campeonato de Portugal de Ralis de 2025, que serviu de palco à estreia, este ano, do troféu ibérico da PEUGEOT e que foi a segunda do calendário português.
Em termos de luta pela vitória, ao domínio inicial da dupla Rafael Rêgo / Ana Gonçalves, seguiram-se outros protagonistas, primeiro Guilherme Meireles / Pedro Alves, depois Ricardo Sousa / Luís Marques, que encetou uma luta titânica com Helder Miranda / Rui Teixeira, entrando para o último troço do rali separados por um único segundo.
No final, o ranking de tempos colocaria Ricardo Sousa / Luís Marques como vencedores desta dupla contenda, batendo Henrique Moniz / Jorge Diniz por uns ínfimos 3,3 segundos e Sérgio Dias / Bruno Abreu por 34,2 segundos.
No troféu ibérico, ao ser a primeira prova de 2025, as pontuações espelham o alinhamento final do rali; no caso do troféu português, somados os pontos da Aboboreira aos do Algarve, é também Ricardo Sousa quem surge no topo do ranking provisório.
DO DOMÍNIO INICIAL DE RAFAEL RÊGO NA SEXTA-FEIRA…
Rafael Rêgo / Ana Gonçalves estiveram em destaque na noite de ontem (sexta-feira), primeiro dia de rali com apenas três Especiais, uma dela com o estatuto de troço espetáculo. Apostando na velocidade e na regularidade, duas características essenciais para se lutar pelos melhores lugares em qualquer troféu, nomeadamente nos organizados pela marca PEUGEOT na Península Ibérica, a dupla do PEUGEOT 208 Rally4 n.º 40 começou por se impor na primeira passagem pelos 7,72 km do troço de Amarante, deixando Guilherme Meireles / Pedro Alves a escassos 0,2 segundos e Joni Gonçalves / Paulo Silva a 0,3. Nesta primeira meça de forças, o top-10 coube em seis segundos, um exemplo perfeito da competitividade que se vive nos troféus de ralis da marca PEUGEOT.
Se as diferenças foram então apertadas, Rêgo aumentou-as nos 6,88 km de Marco 1, onde os uruguaios Nahuel Barba / Santiago Cabrera e Danny Carreira / Marco Vilas Boas foram os segundos e terceiros mais rápidos, ambos a cerca de três segundos da referência. No final do dia, e já depois da Super Especial, Marco Rios de Emoção (2.13 km), troço em asfalto desenhado no centro da cidade de Marco de Canaveses e onde Giovanni Fariña / Alejandro Rodriguez seriam os mais lestos, Rafael Rêgo acabava a etapa com 9,9 segundos de vantagem para Hélder Miranda e com 10,9 segundos para Nahuel Barba.
Das equipas que ficaram pelo caminho neste dia – Miguel Gutierrez / Osel Ruiz e Baptiste Panissié / Théo Pallu – apenas os franceses regressariam no segundo dia, sob o estatuto de Super Rally, lutando pelos tempos nos troços e tentando recuperar posições na classificação.
… AO DESALENTO AO INÍCIO DA TARDE DE SÁBADO
Hoje (sábado correu-se o dia dois deste Rali Terras d´Aboboreira, começando, de novo, com Rêgo a mandar nas hostes nos 6,88 km de Marco 2, ali dilatando a sua vantagem para Miranda, numa especial onde também Meireles aumentava o ritmo, tentando chegar-se ao líder da prova. Estes três “Leões” foram os mais rápidos nos 6,88 km, deixando Ricardo Sousa / Luís Marques – os vencedores no Algarve – com o quarto melhor tempo e Sérgio Dias / Bruno Abreu a fechar o top 5. Seguir-se-ia a ES5 (Baião; 12,82 km), troço que viria a ser neutralizado devido a um acidente com um dos pilotos da categoria Rally2, pelo que os 208 Rally4 dos troféus PEUGEOT rumaram à especial seguinte.
Meireles foi o mais rápido nos 14,07 km de Marão 1, a última especial da manhã de sábado, dando um pulo significativo na geral, aproveitando, também, o facto de Rêgo ter perdido cerca de 11 segundos. Seguido de Álex Español e Nahuel Barba, o piloto luso venceu essa ES6, galgando três posições até ao 2º lugar.
No final da secção matinal, Rêgo liderava com 7,8 segundos de vantagem para Meireles e Barba fechava o top 3 com 11,7 segundos de diferença. Seguiam-se Miranda (a 11,9 segundos) e Sousa (a 17,4 segundos), todos com esperanças em acabar a prova nos lugares do pódio e até numa eventual vitória, bastando-lhes realizar boas prestações ao cronómetro nos cerca de 63 km dos 4 troços que ainda faltavam disputar e esperar por eventuais azares dos adversários.
GUILHERME MEIRELES ENTRA AO ATAQUE, MAS…
E foi isso que aconteceu a dois deles, acabando com o sonho de Rafael Rêgo de vencer este Rali Terras d’Aboboreira nos 7,72 km da segunda visita a Amarante, tal como aconteceu com Nahuel Barba, o então terceiro classificado. Ambos ficaram pelo caminho num troço em que Guilherme Meireles foi o mais rápido, ascendendo, por isso, à liderança do rali desenhado no triângulo Amarante, Baião e Marco de Canaveses. Ricardo Sousa seguiu-o de perto, dele distando, após esta especial, pouco mais de 12 segundos, tendo atrás de si Hélder Miranda a uns parcos 1,5 segundos.
Ambos seguiam à frente de outras lutas que se desenhavam ao longo do top-10, entre o 4º lugar de Giovanni Fariña e o 10º de Danny Carreira, algumas presas por intervalos de 6 décimas de segundo e outras por cerca de uma dezena de segundos, demonstrativas da competitividade do troféu disputado pelos hipercompetitivos PEUGEOT 208 Rally4.
Mas era a luta pelos lugares do pódio e pela vitória que concentrava as atenções, pois no troço seguinte, os longos 21,13 km de Aboboreira, o mais rápido viria a ser Sousa, batendo Miranda por 8,4 segundos, beneficiando do atraso de Meireles, que perdeu 15,3 segundos. O outsider nesta luta viria a ser Henrique Moniz, o segundo mais rápido no troço, a 5,6 segundos do melhor crono.
Com isso, o vencedor do Rallye do Algarve subia a um provisório 1º lugar, com uma vantagem de 2,5 segundos para o anterior líder e de 9,9 segundos para Miranda. Atrás deles, Fariña e Moniz discutiam o 4ª lugar, à espreita de qualquer percalço entre os homens da frente, enquanto Alex Español, Gil Antunes, Joni Gonçalves e Sérgio Dias lutavam taco a taco pela 6ª posição, com duas mãos cheias de segundos entre os quatro.
RICARDO SOUSA COM VITÓRIA FINAL TIRADA A FERROS
Seguiu-se a repetição dos 14,7 km da especial de Marão, onde os dominadores se invertiam em termos de ordem, com Meireles a entregar os pontos e a ficar fora de prova. Dias era o mais rápido, batendo Moniz por meio segundo e Miranda por 3,2 segundos, num troço onde Sousa perdeu algum tempo. Ou seja, a uma (longa) especial do final do rali nada estava decidido. Ricardo Sousa mantinha-se à frente, mas a vantagem sobre Miranda era de apenas… 1 segundo.
Para fechar a contenda e acabar com todas as indefinições, a organização guardou a repetição da especial da Aboboreira, com o estatuto de Power Stage, onde os seus derradeiros 21,13 km ditariam o desfecho da prova.
Nesta especial de classificação, Moniz foio mais rápido, batendo Dias por uns expressivos 14,6 segundos e Gil Antunes por 16,6 segundos, com os três pilotos a somar, os pontos adicionais. Quanto a Helder Miranda, ficaria pelo caminho com a meta à vista, no que seria um final inglório.
Findos os 101,67 cronometrados das 9 Especiais efetivamente corridas, ver-se-iam consagrados Ricardo Sousa / Luis Marques, não só como vencedores desta segunda jornada da PEUGEOT RALLY CUP PORTUGAL 2025, como da primeira da PEUGEOT RALLY CUP IBÉRICA 2025. Impuseram-se o final do rali a Henrique Moniz / Jorge Diniz por apenas 3,3 segundos e a Sérgio Dias / Bruno Abreu por uns mais confortáveis 34,2 segundos. Acrescente-se que Gil Antunes / Alexandre Ramos ficaram a uns ínfimos 8 décimos de segundo de poderem subir ao pódio.
No final da prova, Ricardo Sousa, quesomoua melhor posição no Campeonato de Portugal de Ralis / 2 Rodas Motrizes e também na categoria RC4, comentou o resultado: “Foi um rali realizado em superação, com uma vitória tirada a ferros e quase no limite, em que lidámos com pequenos problemas no carro que, felizmente, a minha equipa técnica foi conseguindo resolver. Fomos evoluindo ao longo do rali e atacámos onde pudemos, tentando depois gerir as diferenças para os nossos adversários mais diretos”.
“Estou agora consciente de que levantei o pé um pouco demais no último troço, quando vi o Hélder Miranda parado, e que isso me ia custando caro, pois o Henrique Moniz fez uma última especial a dar tudo. Felizmente conseguimos esta vitória que quero dedicar a toda a equipa Prolama e à minha família e amigos, bem como a todos os que puxam por nós nos troços. Espero que este resultado, em conjunto com a também vitória no Algarve, nos ajudem a desbloquear as verbas necessárias para podermos continuar nos dois troféus, português e ibérico. Vamos acreditar que sim”, acrescentou o piloto.
Destaque-se, ainda, o inegável domínio dos 208 Rally4 na classificação final desta edição do Rali Terras d’Aboboreira. No CPR/2RM os 10 primeiros classificados foram PEUGEOT 208 Rally4, viatura que venceu também a categoria RC4, em cujo top-20 estiveram 18 “Leões”.
Contabilizando as pontuações dos dois ralis já corridos (de um total de cinco), no caso da PEUGEOT RALLY CUP PORTUGAL, o top-3 é composto por Ricardo Sousa / Luis Marques (50 pontos), Sérgio Dias / Bruno Abreu (32 pontos) eHenrique Moniz / Jorge Diniz (30 pontos). Quanto à PEUGEOT RALLY CUP IBÉRICA, que aqui teve a primeira de quatro provas, o top-3 é composto por Ricardo Sousa / Luis Marques (25 pontos), Henrique Moniz / Jorge Diniz (23 pontos) e Sérgio Dias / Bruno Abreu (19 pontos).