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Baja Aragón 2025: A Supremacia Portuguesa no Todo-o-Terreno Europeu

A edição de 2025 da Baja Aragón arrancou marcada pelo brilhante desempenho dos pilotos portugueses, que confirmaram o seu estatuto de referência no todo-o-terreno europeu. Ao volante de máquinas de última geração, as duplas nacionais não só conquistaram os melhores tempos no prólogo, como se destacaram em todas as principais categorias da competição espanhola, reforçando o nome de Portugal no panorama internacional da modalidade.

João Ferreira e o domínio no prólogo

O grande protagonista do arranque da prova foi João Ferreira, acompanhado por Filipe Palmeiro numa Toyota Hilux T1+ EVO. Esta dupla alcançou o melhor tempo na sessão inaugural. Num percurso curto mas tecnicamente exigente, a dupla lusa completou o prólogo em 4 minutos, 8 segundos e 828 milésimas (4m08.828), deixando clara a sua superioridade perante uma forte concorrência. Ferreira e Palmeiro superaram a dupla polaca Eryk Goczal–Szymon Gospodarczyk por mais de três segundos, e relegaram Martin Kaczmarski–Armand Monleon para a terceira posição, demonstrando o domínio dos veículos T1+ e, em particular, dos Toyota.

“No prólogo, fiquei mesmo muito surpreendido porque não forcei muito, mas o percurso estava extremamente escorregadio e o meu principal objectivo era não cometer erros” – declarou João Ferreira, que explica ter feito “uma passagem limpa, sem falhas. Como disse, desfrutei bastante”. O piloto de Leiria reconhece que “preciso apenas de acumular mais e mais quilómetros com o carro. Esperemos que consigamos manter este ritmo de classificação e agora vamos ver, porque a verdadeira corrida só começa amanhã: vai ser um dia muito longo, tudo pode acontecer, e o meu objectivo é, claro, lutar pela vitória, mas também ganhar confiança a cada quilómetro para chegar à etapa decisiva na melhor forma possível”. Disse João Ferreira no final da etapa.

Ritmo intenso e supremacia dos T1+

Desenhado por entre campos agrícolas a norte da cidade aragonesa de Teruel, o prólogo destacou-se não só pelo ritmo acelerado, mas também pela preponderância dos T1+, uma categoria de veículos de alta performance que monopolizou o pódio. Esta superioridade foi ainda evidenciada pelo facto de Nani Roma–Alex Haro, em Ford, terem terminado em quarto, logo seguidos pelo Dacia conduzido por Nasser Al Attiyah–Fabian Lurquin; ambos são nomes que figuram na galeria dos vencedores do mítico Rali Dakar…

Destaques nas restantes categorias

Na categoria Challenger (T3), Pau Navarro–Jan Rosa (Taurus T3) foram os mais rápidos, conquistando o sexto lugar à geral e confirmando o potencial dos veículos da Taurus nesta classe. Já nos SSV (T4), o destaque recaiu sobre a dupla portuguesa Gonçalo Guerreiro–Joel Lutas (Polaris), que acabou o prólogo na nona posição da geral, sendo a melhor entre os SSV. A fechar o top 10, ficaram Lionel Baud–Lucie Baud (Mini), demonstrando a competitividade alargada do evento.

Presença portuguesa de peso em todas as frentes

A Baja Aragón 2025 contou com uma das maiores representações portuguesas de sempre, com pilotos e copilotos a competirem em todas as frentes e a darem provas do elevado nível do todo-o-terreno nacional.

Francisco Barreto e Carlos Silva, em Toyota Hilux Overdrive, estão na luta direta por pontos na Taça do Mundo FIA de Bajas, colocando Portugal na linha da frente da competição internacional. No prólogo, o piloto algarvio foi o 26º mais rápido, entre um total de 93 equipas classificadas. Já Maria Luís Gameiro, novamente acompanhada pela espanhola Rosa Romero, regressou ao volante do seu Mini JCW Rally 3.0d e enfrentou o traçado inicial com as maiores cautelas, o que se reflectiu num discreto 77º posto absoluto.

Ao nível da categoria Challenger (T3) Tiago Reis, com Fábio Ribeiro (Taurus Max), mantém-se no top 5 do Campeonato de Pilotos da Taça Europeia FIA, tendo-se posicionado em 27º a nível absoluto. Outros nomes fortes, como Ricardo Porém–Nuno Sousa (Kaizen S1), a quem coube o 31º lugar da geral, e a dupla Rui Carneiro–Ola Floene (G Rally Team OT3), autores do 12º melhor tempo, a que correspondeu o terceiro posto da categoria, enriquecem o plantel que defende as cores nacionais. Neste lote contam-se ainda, entre os T3, Daniel Silva–Gonçalo Magalhães e Pedro Gonçalves–Hugo Magalhães (ambos Taurus T3 Max), Paulo Rodrigues–João Miranda (Can-Am Maverick X3) e Marco Pereira–Eurico Adão (Can-Am Maverick XRS Turbo RR).

Vencedor no ano passado da Categoria SSV, Gonçalo Guerreiro regressou à Baja Aragón com novo navegador, Joel Lutas e um carro diverso, o Polaris RXR Pro R Sport. Coube-lhes assegurar desde já a liderança do pelotão SSV, reforçando a presença portuguesa no top 10 da geral graças ao nono melhor tempo.

Outras duplas lusas em destaque: Afonso Oliveira–Fábio Belo (Polaris RXR Pro R Sport), João Dias–Rui Pita, Alexandre Pinto–Bernardo Oliveira e João Monteiro–Nuno Morais, todos com forte potencial para futuras provas. Herlander Araújo, Luís Cidade, Wilson Galo, Filipe Lopes e Ruben Rodrigues também marcaram presença, apostando em máquinas Polaris e Can-Am.

Por último, a participação lusa estendeu-se à categoria Stock, onde Fernando Barreiros–José Sá Pies (Isuzu D-Max) foram os únicos portugueses inscritos para pontuar na Taça do Mundo FIA, procurando reduzir a vantagem do líder actual e desafiar o domínio habitual da concorrência.

1206TOYOTAJoao Ferreira4:08.828
Filipe Palmeiro
2209TOYOTAEryk Goczal4:11.933
Szymon Gospodarczyk
3215TOYOTAMartin Kaczmarski4:14.870
Armand Monleon
4204FORDNani Roma4:16.495
Alex Haro
5200DACIANasser Al Attiyah4:17.495
Fabian Lurquin
6310TAURUSPau Navarro4:19.959
Jan Rosa
7203TOYOTASaood Variawa4:20.158
Francois Cazalet
8205FORDMartin Prokop4:20.451
Viktor Chytka
9411POLARISGonçalo Guerreiro4:21.255
Joel Lutas
10216MINILionel Baud4:22.182
Lucie Baud

Classificação do prologo

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