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João Rodrigues domina o Clio Trophy Portugal e luta por apoios para manter o sonho vivo

João Rodrigues e Bruno Carvalho voltaram a brilhar no Clio Trophy Portugal, repetindo a vitória conquistada na prova inaugural da temporada e reforçando a sua posição como líderes incontestáveis da competição promovida pela Renault Portugal. No Rallye Constálica Viseu Dão Lafões, a dupla de Mafra mostrou uma vez mais o seu talento e consistência, vencendo todas as classificativas excepto uma, num desempenho que os coloca como principais candidatos ao título de 2025.

João Rodrigues e Bruno Carvalho

Apesar do domínio evidente, a continuidade da dupla na competição está envolta em incerteza. João Rodrigues revelou que, até ao momento, apenas têm garantida a participação na próxima prova, o Rali da Água Transiberico Eurocidade Chaves Verin, agendado para os dias 20 e 21 de Setembro. “Ainda não reunimos os apoios suficientes para fazer toda a temporada”, confessou o piloto, sublinhando a importância de continuar a mostrar competitividade para atrair patrocinadores. A estratégia tem sido clara: entrar forte, conquistar vantagem e, quando necessário, gerir o ritmo para garantir o resultado. Foi precisamente isso que fizeram neste fim de semana, enfrentando inclusive condições meteorológicas adversas no domingo.

A segunda posição foi conquistada pela dupla Tiago Pereira/Fernando Pereira, que celebrou o resultado em dia de aniversário. Depois de um desempenho aquém das expectativas na primeira prova em Castelo Branco, Tiago Pereira mostrou evolução e maior confiança, especialmente sob chuva. “Estamos satisfeitos e mais confiantes para as próximas provas, embora conscientes de que ainda falta qualquer coisa para andar ao nível do João”, afirmou, prometendo empenho redobrado para encurtar distâncias na próxima ronda.

Tiago Pereira com Fernando Pereira

Luís Caetano e David Monteiro completaram o pódio, repetindo a consistência que já lhes valeu bons resultados na competição. O jovem piloto de Leiria destacou a sua adaptação às difíceis condições atmosféricas de domingo e a recuperação face ao ritmo menos competitivo de sábado. “Tenho de continuar a trabalhar para reduzir a diferença para o João nas próximas provas”, afirmou com determinação.

Carlos Marreiros Jr. e Ricardo Barreto terminaram em quarto lugar, num resultado que, embora positivo, deixou o piloto algarvio insatisfeito com a sua performance. “O problema fui eu. Nunca tive a confiança para andar ao nível que desejava”, reconheceu, apontando para a necessidade de uma abordagem diferente nas próximas provas e assumindo que há muito por corrigir.

Luís Caetano e David Monteiro conquistaram o 3º lugar do pódio

Nem todos os participantes conseguiram terminar a prova. As irmãs Filipa e Mariana Tintim, que haviam alcançado um promissor quinto lugar na abertura da temporada, foram obrigadas a desistir na oitava classificativa devido a um despiste. “Foi pena, mas faz parte do processo de aprendizagem”, comentou Filipa, reforçando a vontade de continuar a evoluir e a necessidade de mais tempo para preparar as provas.

Também Pedro Pereira Jr., que regressava ao Clio Trophy Portugal, viu a sua participação interrompida por uma saída de estrada quando disputava o último lugar do pódio. Um revés que não apaga a ambição do piloto, mas que ilustra bem os desafios e imprevisibilidades da competição.

Com duas vitórias em duas provas, João Rodrigues lidera confortavelmente a classificação geral com 56 pontos, seguido por Luís Caetano com 33 e Tiago Pereira com 24. A luta pelo título está, para já, centrada nestes três nomes, embora a continuidade de Rodrigues na competição dependa de apoios que ainda não estão garantidos.

O Clio Trophy Portugal tem-se afirmado como uma plataforma de revelação de talentos e de promoção do desporto automóvel nacional, com provas exigentes e competitivas que colocam à prova a perícia, a estratégia e a resiliência dos pilotos. A próxima etapa, em Chaves, promete mais emoção e será decisiva para clarificar o rumo da temporada.

Enquanto isso, João Rodrigues continua a acelerar não só nos troços cronometrados, mas também fora deles, numa corrida paralela em busca de patrocinadores que lhe permitam manter vivo o sonho de conquistar o troféu. E, pelo que tem mostrado até agora, poucos duvidam que o sonho é legítimo.

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