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Ferreira e Roma protagonizam duelo épico na areia marroquina

O espanhol Joan Nani Roma (Ford Raptor T1+) foi a grande figura da quarta etapa, alcançando o melhor tempo e saltando do sexto para o terceiro lugar na classificação geral. Mostrando uma estratégia inteligente, Roma acelerou progressivamente no primeiro terço do percurso e liderou a prova até à meta, consolidando assim a sua posição entre os favoritos ao pódio.

O português João Ferreira (Toyota Hilux IMT Evo) protagonizou um duelo intenso com Roma ao longo de quase toda a etapa, mantendo-se a apenas nove segundos do espanhol. Contudo, nos derradeiros 20 quilómetros da especial, Ferreira enfrentou dificuldades inesperadas com problemas mecanicos na sua Toyota, perdeu mais de sete minutos e terminou apenas na 12.ª posição, um revés significativo para as suas ambições nesta competição.

“Foi um dia longo, de novo. Começámos muito bem. Estávamos frente a frente com o Nani a liderar o palco. E nos últimos 18 quilómetros, tivemos um problema mecânico e tivemos de ser muito lentos até ao fim. Mas é o que é, mais um dia difícil.” disse João Ferreira no final da etapa.

No topo da classificação, o francês Sébastien Loeb (Dacia Sandrider T1+) mantém-se líder pelo segundo dia consecutivo. Antes da última etapa, Loeb detém uma vantagem superior a três minutos e meio sobre o seu adversário mais direto, o brasileiro Lucas Moraes (Toyota Gazoo Racing W2RC), que continua firme na segunda posição.

A luta pelo título mundial permanece acesa entre o qatari Nasser Al-Attiyah (Dacia Sandrider T1+) e o brasileiro Lucas Moraes. Al-Attiyah subiu mais um lugar e ocupa agora a quarta posição da geral, enquanto Moraes se mantém em segundo. Ambos somam, por agora, nove pontos bónus, o que coloca Al-Attiyah na liderança virtual do ranking do W2RC com 166 pontos, apenas dois à frente de Moraes, que soma 164. Assim, a derradeira etapa promete ser decisiva para o desfecho do campeonato.

Com as emoções ao rubro e a imprevisibilidade a marcar cada quilómetro, a última etapa será determinante para conhecer o novo campeão mundial, numa competição onde cada segundo conta e os erros se pagam caro.

Disputa Renhida nas Categorias Challenger e SSV: Akeel e González Ferioli Brilham na Quarta Etapa

Na quarta etapa do Rallye du Maroc, a competição manteve-se intensa e cheia de surpresas tanto na categoria Challenger como na SSV. Na Challenger, a piloto saudita Dania Akeel (Taurus T3 Max) voltou a destacar-se ao conquistar a vitória pela segunda vez consecutiva, liderando a etapa desde o início e terminando com mais de cinco minutos de vantagem sobre a concorrência. Este resultado reforça o domínio das mulheres nesta edição, com três triunfos consecutivos: Puck Klaasen (GRally GECKO) na segunda etapa, seguida por Dania Akeel nas etapas três e quatro.

No topo da classificação Challenger mantém-se o espanhol Pau Navarro (Taurus T3 Max), que ampliou a margem para o argentino Nicolás Cavigliasso (Taurus T3 Max) para quatro minutos, preparando o terreno para um desfecho emocionante. O terceiro lugar está em aberto, com o neerlandês Paul Spierings (Taurus T3 Max) apenas seis segundos à frente da compatriota Puck Klaasen (GRally GECKO) antes da derradeira etapa. Graças às vitórias consecutivas, Dania Akeel ascendeu à quinta posição da geral.

Na categoria SSV, o argentino Jeremías González Ferioli (Can-Am Factory Team) conquistou finalmente a sua primeira vitória em etapa, apesar de liderar a competição desde a segunda etapa. À entrada para o último dia, González dispõe de uma vantagem confortável de quase 15 minutos para o seu rival mais próximo. O domínio da Can-Am Factory Team é evidente, ocupando as quatro primeiras posições da classificação geral SSV: González Ferioli lidera, o chileno Francisco López Contardo subiu para segundo, e os norte-americanos Hunter Miller e Kyle Chaney ocupam o terceiro e quarto lugares, respetivamente.

Com as decisões a serem tomadas na última etapa e o título mundial em jogo noutras categorias, a expectativa mantém-se elevada. O Rallye du Maroc tem sido palco para demonstrações de talento e estratégia, especialmente entre os pilotos estrangeiros e as mulheres, confirmando o caráter imprevisível e competitivo da prova.

O filme da etapa

A quarta etapa do Rallye du Maroc ofereceu um espetáculo de tirar o fôlego, com reviravoltas constantes e uma luta centimétrica pela vitória entre João Ferreira e Nani Roma. Num percurso exigente e repleto de armadilhas, os tempos foram oscilando ao longo dos 260 km cronometrados, revelando uma batalha estratégica entre Toyota, Ford M-Sport e Dacia Sandriders.

Logo ao km 22, os Toyotas de Saood Variawa e João Ferreira mostraram serviço, liderando os tempos iniciais. Variawa foi o mais rápido, com Ferreira apenas sete segundos atrás. Mattias Ekström, Nasser Al Attiyah e Sébastien Loeb também surgiram colados, todos dentro dos dez segundos. Lucas Moraes, outro nome forte da Toyota, ficou a 15 segundos, enquanto Henk Lategan e Seth Quintero, que partiram mais cedo, já mostravam dificuldades (+45’’ e +50’’), com perdas agravadas nos pontos seguintes.

Aos 49 km, Ferreira assumiu a dianteira, ultrapassando Variawa e consolidando-se como o mais veloz. Ekström manteve-se competitivo (+26’’), seguido por Al Attiyah (+40’’), Roma (+41’’), Moraes (+47’’), Loeb (+48’’) e Variawa (+50’’). A luta pelo título mundial intensificava-se entre Al Attiyah e Moraes, enquanto Loeb e o brasileiro disputavam a liderança da prova. “Estamos a dar tudo, cada segundo conta”, comentou Moraes à chegada ao bivouac.

No km 81, Ferreira mantinha o ritmo e liderava com 13 segundos sobre Roma, que surpreendeu ao surgir com o segundo melhor tempo, apesar de ter partido 37 minutos depois do primeiro carro. “Senti-me muito bem no carro, o ritmo estava lá”, declarou o espanhol. Moraes (+38’’), Al Attiyah (+53’’) e Loeb (+57’’) seguiam próximos, mas Lategan (+3’49’’) e Quintero (+11’52’’) já estavam fora da luta pela etapa.

A viragem deu-se ao km 112, quando Roma assumiu a liderança da especial, superando Loeb (+34’’) e Moraes (+47’’). Ferreira caiu para terceiro, a 1’26’’ do espanhol. A recuperação de Roma foi notável, aproximando-se do pódio virtual da geral. “Sabia que podia recuperar, era só manter a concentração”, afirmou Roma.

Nos quilómetros seguintes, Ferreira iniciou uma perseguição feroz. A diferença foi diminuindo: 1’21’’ no km 146, 48’’ no km 176, 24’’ no km 198, 13’’ no km 227 e apenas 9’’ no km 260. A expectativa era máxima. “Estamos a dar tudo, o carro está impecável”, disse Ferreira, confiante.

Mas o desfecho foi inesperado. Na aproximação a Erfoud, Ferreira cruzou a meta com um tempo 6’57’’ atrás de Loeb, perdendo a vantagem de 43 segundos que tinha no último ponto de controlo, devido a problemas mecânicos João Ferreira teve que vir mais devagar para poder chegar ao final da etapa. A vitória da etapa ficou com Nani Roma, que fechou com 2h40m15s, seguido por Loeb (+44’’) e Moraes (+57’’). Ferreira, que parecia destinado ao triunfo, terminou em décimo, a 7’41’’ do líder.

A etapa foi marcada por oscilações dramáticas, estratégias de ataque e resistência, e uma luta intensa entre marcas e pilotos. Roma provou que a experiência conta, Ferreira mostrou garra e velocidade, e Loeb manteve-se como figura constante na frente. O Rallye du Maroc continua a surpreender, e a luta pelo título mundial está mais acesa do que nunca.