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Pedro Almeida: “percebi onde posso andar e qual o ritmo que tenho de impor”

O jovem Pedro Almeida foi uma das figuras do Rallye Casinos do Algarve, na sua estreia esta época no CPR, depois da ausência forçada em Fafe, devido à lesão do seu co-piloto, Mário Castro. Embora não tenha concluído a prova algarvia, na qual foi navegado por António Costa, o piloto do Skoda Fabia Rally2 evo da ARC Sport revelou um andamento que não passou despercebido e deixa boas indicações para as provas que se seguem…

– Em 2020 e 2021, depois de duas épocas a guiar carros R5 (agora Rally2) no CPR, deu um passo atrás e correu com 2 Rodas Motrizes (Peugeot 208 Rally4). Retirou benefícios dessa opção e como a justifica, decorrido todo este tempo?

“Foram dois anos de corridas num ambiente diferente, conheci outras estruturas e claro que aprendi muito. Se hoje, quando olho para trás, for questionado se faria a mesma coisa, responderia que talvez não. Na altura em que guiava o Skoda estava numa fase de evolução e creio que deveria ter tido um pouco mais de paciência para prosseguir com aquilo que tinha, ou seja, o Rally2. Porque embora sejam ambos carros de ralis, a filosofia é completamente distinta e há todo um processo de adaptação e de aprendizagem diferente entre um duas rodas motrizes e um quatro rodas motrizes”.

– Foi duro não ter podido alinhar no Rali Serras de Fafe, devido à lesão do navegador Mário Castro?

“Obviamente, é sempre frustrante preparar uma prova, para mais a primeira do ano, e depois mal começá-la, sendo forçado a desistir por uma coisa que parece tão simples como um ‘toquezito’ que demos nos reconhecimentos. De facto, o Mário fez aquilo que pôde e não havia outra solução. Até fui a primeira pessoa a sugerir não alinharmos, porque fazê-lo sem o navegador a 100 por cento, participar só por participar, não iríamos registar qualquer tipo de evolução e, por outro lado, eu não iria sentir-me à-vontade sabendo que ele estava ali a sofrer em termos físicos. O trabalho não iria ser feito da mesma forma. Claro que foi frustrante, mas são coisas das corridas…”

– Alinhar no Algarve, o seu primeiro rali da época, com um navegador diferente do habitual, dada a indisponibilidade do Mário Castro, não o deixou algo desolado?

“Foi a solução possível. Claro que idealmente iria começar em Fafe e iria continuar com o Mário no Algarve. Contudo, tive um novo navegador e uma experiência diferente com o ‘Tó’. Gostei muito de ter feito o rali com ele e claro que uma pessoa aprende com toda a gente. Da mesma forma que aprendi com o Mário, agora aprendi outras coisas com o ‘Tó’. Faz parte, não fiquei de todo contente por ter que trocar de navegador, mas foi a situação possível e tive que me adaptar à situação”.

“A ÚNICA PRESSÃO QUE TENHO É A QUE COLOCO EM MIM PRÓPRIO E JÁ É BASTANTE”

– Referiu que o Algarve ia correr sem qualquer tipo de pressão… Esse estado de espírito foi determinante para um início de prova fulgurante?

“Não! Na verdade, normalmente corro sem pressão, pois não tenho que provar nada a ninguém. A única pressão que tenho é a que eu coloco em mim próprio e já é bastante. De facto, fiz um bom início de Rallye Casinos do Algarve, principalmente o qualifying e o primeiro troço. No entanto, constatei que ainda não estou completamente habituado aquele registo e preciso de algum tempo de certa forma a forçar o andamento para depois me adaptar a esse ritmo elevado”.

– No primeiro dia do rali vimos o melhor Pedro Almeida desde que guia um Rally2. É esse o nível a partir do qual pretende evoluir esta época?

“É exatamente esse o meu objetivo. Percebi onde posso andar e qual o ritmo que tenho de impor. Agora resta-me tentar replicar isso daqui para a frente, para evoluir e conseguir resultados melhores”.

– A saída de estrada que ditou a desistência deveu-se a um excesso de confiança ou, pelo contrário, à pressão de pretender recuperar o tempo perdido com o furo?

“Nem uma coisa nem outra… Aquela saída de estrada foi uma situação completamente normal. Havia um topo e eu travei, achando que o fizera demasiado tarde, mas na verdade tal não sucedera. E quando olho em frente verifico que havia um espaço livre com umas ervas. Pensei, então, sair um pouco mais largo e continuar normalmente, só que por baixo dessa vegetação estava um buraco. O carro ficou ali preso e foi esse o motivo da nossa desistência. Se me tivesse apercebido do buraco teria conseguido meter o carro para o outro lado, até havia lá um caminho. A minha decisão visava tentar perder o mínimo tempo possível e achei que seguir por aquele espaço era o melhor caminho, mas não era…”

“ATÉ AO FIM DO ANO O MEU OBJETIVO É CONQUISTAR ALGUNS PÓDIOS E VENCER CLASSIFICATIVAS”

– Que esperar do Pedro Almeida no Rali Terras D’Aboboreira, no próximo mês? Candidato ao pódio?

“Não vou colocar pressão a mim próprio fazendo qualquer tipo de afirmação desse género. Sei é que percebi onde tenho de estar e onde quero estar. Agora vou dar o meu melhor para estar naquele ritmo elevado o maior tempo possível”.

– Até onde pretende chegar, a curto/médio prazo, como piloto de ralis? Qual é o sonho?

“A curto prazo, e até ao fim do ano, o meu objetivo é conseguir conquistar alguns pódios e também vencer classificativas. Claro que com o Meeke a correr no CPR vai ser difícil eu ganhar uma classificativa à geral. Não o conseguindo a nível absoluto, pelo menos vencer entre os portugueses, como aconteceu agora no Algarve”.

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