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Nani Roma e o Ford Ranger T1+ a postos para o Dakar 2024

A quinta edição do Dakar com base na Arábia Saudita arranca já na sexta-feira, dia 5 de janeiro, integrando um prólogo de 28 km na cidade de Alula, para terminar no dia 19 de janeiro, em Yanbu, depois de cumprido um percurso total de 7.923 km, 4.676 km dos quais cronometrados, ao longo de 13 dias de competição.

O Dakar, considerado o rali-raid mais duro do planeta, destaca-se pela estreia na prova da M- Sport Ford, equipa que vai participar com dois Ford Ranger T1+. Aos comandos do Ranger com o nº 210 estarão os espanhóis Nani Roma e Álex Haro, dupla que alcançou um excelente resultado no último Rallye du Maroc. O segundo Ranger, com o nº 225 nas portas, será pilotado pelos sul-africanos Gareth Woolridge / Boyd Dreyer. Ambos os carros são preparados pela M-Sport e pela Neil Woolridge Motorsport (NWM), tendo Matthew Wilson como Diretor de Equipa.

O Dakar 2024 promete ser o mais exigente Dakar de sempre a realizar-se nesta região. Para esta edição, a ASO, organizador do evento, preparou algumas novidades que tornarão a prova ainda mais difícil. Após as três primeiras etapas, cada uma com mais de 400 km cronometrados – a terceira será disputada em formato Maratona (com assistência limitada) – o rali completará a sua primeira semana de prova submetendo as equipas a uma sequência de três dias no chamado Empty Quarter, um mar de areia e dunas, incluindo um formato inédito: um contrarrelógio de 48 horas, com 532 km de especiais repartidas por dois dias, com uma paragem automática às 16h00 do primeiro dia, que obrigará as equipas a utilizar um dos oito bivouacs montados, sem assistência externa. Após o dia de repouso em Riade (13 de janeiro), a emoção promete não abrandar, antecipando uma última semana de pistas duras e uma grande variedade de terrenos no norte do país, recheados de autênticas armadilhas de navegação, até que se atinja o final do evento, no dia 19.

A equipa M-Sport Ford enfrenta o mais duro e famoso rali do mundo ao cabo de um ano de intenso de trabalho, que integrou diversos dias de testes e a participação em duas competições: a Baja España, que Roma terminou no sexto lugar, e o Rallye du Maroc, onde o Bicampeão do Dakar foi terceiro. Roma, que regressa ao Dakar após um ano de pausa, mostra-se cauteloso mas otimista com a oportunidade de liderar uma equipa que está a ser construída para um programa a longo prazo. “O ano de rodagem que tivemos entre testes e competições foi muito importante para enfrentar o Dakar, bem como o futuro. Os meses de trabalho que tivemos nos últimos tempos ajudaram-nos a criar uma equipa sólida e eficiente, exclusivamente empenhada no projeto Ford nos ‘rally-raids’. Este envolvimento irá continuar com o novo Raptor, atualmente em construção, e que será lançado na próxima temporada.”

Veterano do Dakar nas suas três localizações geográficas – África, América do Sul e Arábia Saudita – Nani Roma conta com cinco ralis terminados nos três primeiros lugares, dois dos quais no degrau mais alto do pódio: vitória nas motos em 2004 e vitória nos automóveis em 2014. Ausente no ano passado devido a uma doença oncológica, que conseguiu superar, o sempre sincero e comunicativo Roma confessa-se “preparado, como sempre estou, para o início iminente do Dakar. Tal não significa que não tenha tido dificuldades na preparação, pelo contrário, foi o período mais difícil que alguma vez tive para trabalhar. Depois da operação e das sessões de quimioterapia, fiquei fisicamente muito afetado, contratempo pessoal que só consegui ultrapassar com muita força de vontade, sacrifício e, obviamente, ajuda médica.”

Ao nível das suas hipóteses de sucesso com o Ford Ranger T1+, Roma define-as como elevadas, ainda que as dificuldades esperadas o obriguem a jogar a carta da resistência: “Neste momento não temos o carro mais rápido, mas temos o mais resistente. Provámo-lo em Marrocos, onde terminámos no terceiro lugar e vimos todos os nossos rivais passarem por dificuldades para chegar ao final. Trabalhámos arduamente ao longo de 2023. O mais importante numa viatura para este tipo de provas é a sua capacidade de resistência e nós contamos com esse trunfo. Agora é uma questão de o tornar o mais competitivo possível.”

Nani Roma e Álex Haro viajaram para a Arábia Saudita no dia 1. Para além da adaptação às condições climatéricas do país e da presença no briefing da organização, as duas formações dos Ranger T1+ terão um breve contacto com as viaturas e com o terreno saudita, tudo para que possam iniciar o Dakar 2024 da melhor forma possível, a prova mais importante da temporada desta vertente do todo-o-terreno.

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